Estamos a entrar na quadra estival e já todos se preparam para férias, mesmo as centenas de milhar de jovens e adultos desempregados.
Os últimos meses não deixam saudades e, muito menos os duros sacrifícios que nos impuseram os submissos governantes portugueses.
Oxalá o sol e a praia, o mar e os largos horizontes, nos proporcionem uma terapia que nos salve da desesperança e do ambiente depressivo em que vivemos.
As férias e as viagens permitem desopilar e lavar a vista perante mundos e gentes diferentes e, simultaneamente, conhecer outras culturas e recuperar forças. É destes pressupostos que vive o turismo, indústria que tem acompanhado o desenvolvimento dos países mais ricos.
Estávamos bem longe de pensar que, a tragetória turística positiva verificada na última década no arquipélago registasse uma quebra tão pronunciada, afectando vultuosos investimentos, postos de trabalho tão necessários a um tecido económico frágil.
As campanhas promocionais junto de mercados europeus saíram goradas e voltamo-nos, de novo, para o mercado continental, onde a crise mais se faz sentir, sobretudo junto da classe média.
É uma tarefa difícil atrair clientes para o destino Açores, pois as disponibilidades orçamentais das famílias degradaram-se e, segundo se ouve, as férias, este ano, cingir-se-ão ao casa/praia/casa.
A oferta publicitária que se ouve nas rádios é bastante apelativa. O facto de se beneficiar o transporte aéreo das crianças pode constituir um bom trunfo e uma forma de divulgar a desconhecida geografia das ilhas açorianas, associadas a produtos lácteos de qualidade e de grande aceitação no mercado continental.
Por outro lado, a reposição da telenovela ILHA DOS AMORES na TVI antevê que a campanha pode dar bons frutos. Deus queira! Os operadores, industriais e trabalhadores do ramo precisam de alento para os seus projectos, cujo sucesso garantirá muitos postos de trabalho e um maior desafogo económico.
Para este, como para outros sectores económicos, a solução não passa por economias de escala.
O nosso território insular é muito pequeno e frágil e, se não cuidarmos, convenientemente, o ambiente pode ser afectado por cargas excessiva de visitantes, colocando em causa as qualidades internacionalmente reconhecidas da biodiversidade insular, das zonas costeiras e marítimas.
O turismo açoriano, todos o reconhecem, é um factor de desenvolvimento, uma aposta certa que não se pode desperdiçar, embora sujeito às flutuações das crise económicas recentes.
Não tenhamos pressa de rentabilizar esse potencial. Preparemos-nos, antes, com novas soluções e ofertas porque a crise, felizmente, não vai durar sempre.
Se nada acontece por acaso, julgo ser esta uma oportunidade para reflectir, descomplexadamente, sobre o que foi feito, os resultados atingidos e até onde podemos ir, dentro das nossas limitações e potencialidades.
Uma boa gestão de recursos exige sempre uma avaliação constante para ganhar novas dinâmicas e encontrar novos rumos.
Esta é a hora!
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